Braga, sábado

Assistentes operacionais da Escola André Soares em luta pela valorização da carreira

Regional

07 Dezembro 2024

Miguel Viana Miguel Viana

Greve dos funcionários implicou que não houvesse aulas durante o dia de ontem. Assistentes operacionais exibiram cartazes à porta da escola a exigir aumentos salariais e o acesso à Caixa Geral de Aposentações.

Cerca de duas dezenas de assistentes operacionais da Escola André Soares, manifestaram-se ontem à porta do estabelecimento de ensino exigindo aumentos salariais e a valorização da carreira profissional.


A greve foi convocada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), e implicou que não houvesse aulas na escola.

“Uma das razões é pela falta de pessoal nesta escola e também queremos os nossos aumentos. Temos funcionários com mais de 20 anos de serviço e ganhamos o salário mínimo. Queremos aumento salarial e o descongelamento das carreiras”, apontou uma das funcionárias da escola.
 

Um dos colegas, acrescentou que “recebemos só 50 euros de aumento salarial, o que é uma injustiça. Sempre foi uma carreira profissional muito mal paga. É a carreira mais mal paga da função pública”.
 

Uma outra assistente operacional deu conta da retirada da Caixa Geral de Aposentações.


“Tiraram-nos muitos dos direitos, incluindo a Caixa Geral de Aposentações, principalmente desde que passamos para a tutela da Câmara Municipal de Braga", explicou a funcionária.
 

O grupo de funcionários prometeu levar avante a luta pelos direitos e aumentos salariais “até conseguirmos as nossas pretensões. “Se todas as escolas se reunirem, podemos fazer manifestações porta da Câmara. Pedimos a todos os colegas que se unam para fazermos esse protesto,”, desafiou um dos assistentes operacionais da Escola André Soares.


Apontando também o dedo à autarquia bracarense, os funcionários revelaram que “os rácios não são cumpridos. Há muita gente a faltar, a ir para a baixa e para outros concursos e não são substituídos”, disse um dos funcionários da escola.
 

Durante a manhã de ontem vários alunos perguntaram aos funcionários em greve se havia aulas, mas acabavam por voltar para trás.
 

Escolas e serviços de saúde foram os sectores mais afectados
 

As escolas do primeiro ciclo do Pinheiral e da Charneca (no Agrupamento de Escolas da Taipas) ea Escola EB1 das Infantas (no Agrupamento de Escolas Santos Simões), em Guimarães, estiveram encerradas ontem devido à greve dos trabalhadores da Administração Pública.


Ainda no concelho de Guimarães, estiveram sem actividades lectivas, por motivo de greve, a Escola EB1 de Gondar (Agrupamento de Escolas de Pevidém) e a escola EB1 de Caneiros (Agupamento de Escolas Fernando Távora).


A greve, convocada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), começou às 00.00 horas de ontem e prolongou-se até às 24 horas desta sexta-feira, abrangendo a administração central, regional e local.


A educação e a saúde foram os sectores mais afectados, com os níveis de adesão a ultrapassarem os 60 por cento, indicou a Fesinap.


Segundo declarações do vice-secretário-geral Fesinap, Hélder Sá, à agência Lusa, um dos motivos que levaram à convocação desta greve diz respeito às declarações do ministro da Educação, Ciência e Ensino Superior, Fernando Alexandre, afastou a hipótese de ser criada uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escolas, uma das principais reivindicações dos assistentes operacionais.
 

Entre as principais reivindicações desta federação está “a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, 10 anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado, independentemente do tipo de contrato” e “desde que não tenha progredido via Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)” .

Deixa o teu comentário