06 Maio 2025
‘Um Dia para Camões’ foi a iniciativa desenvolvida em Braga, durante mais de 12 horas. Programa cultural contou com o Comissário das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Camões.
Foi com a iniciativa ‘Um Dia para Camões’, integrada nas Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, que Braga celebrou ontem o o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Durante 12 horas consecutivas, a cidade foi o palco de um vasto programa cultural, envolvendo teatro, música, poesia, artes plásticas e actividades educativas, abertas a toda a comunidade.
“É fantástico que estejamos a invocar hoje um poeta que nasceu há 500 anos (...) e é uma circunstância tão bonita associar a celebração de Camões ao Dia da Língua Portuguesa”, referiu José Augusto Bernardes, lembrando que “Camões deu um contributo decisivo para renovar a língua portuguesa. Camões transformou uma língua que era de comunicação numa língua de prestígio, de cultura”.
O comissário das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Camões, que veio a Braga para participar na iniciativa, mostrou-se satisfeito particularmente pelo envolvimento do público escolar nas iniciativas.
Para José Augusto Bernardes, Camões, “em extensão”, tem o destaque que merece nos programas curriculares, mas considera que “é importante repensar a maneira como estamos a ensinar Camões”, pois “é manifesto que Camões não pode ser ensinado em 2025 como era ensinado em 2000”, dado que “a escola sofreu grandes transformações”.
Para o comissário é importante fazer “um debate que deve produzir novas formas de ensinar Camões, preservando o legado dele, mas ajustando-o às circunstâncias novas que hoje vivemos”.
Para que as crianças e apaixonem por Camões, numa paixão que se espera que dure pela vida fora, é importante que “se fale de Camões com o peito aceso”, pois as crianças, “mesmo quando não entendem tudo, presentem o entusiasmo e deixam-se contagiar por ele”.
Para José Augusto Bernardes, Luís de Camões tem essa particularidade de poder fascinar qualquer idade.
Em Braga, o comissário Comemorações do V Centenário do Nascimento de Camões realçou ainda que a Universidade do Minho tem“uma excelente tradição” de estudos camonianos, recordando que Vítor Aguiar e Silva foi “se não o maior, um dos maiores estudiosos” de Camões. “É muito reconfortante perceber que o que ele semeou continua vivo”, notou.
A UMinho, precisamente, é uma das entidades envolvidas na iniciativa ‘Um Dia para Camões’, que teve a coordenação da professora Micaela Ramon, da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho. Município de Braga, Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, Rede de Bibliotecas Escolares e Plano Nacional das Artes também foram parceiros deste dia que contemplou actividades culturais para todas as idades, tendo como mote a poesia de Camões.
Na Praça Braga 25, no campo da Vinha, a sessão de abertura deste ‘Um Dia para Camões’ ficou marcada pelo espectáculo ‘Miscelânea de Camões’, realizado por alunos da Escola EB1 do Carandá. As crianças apresentaram uma criação que explorou de forma criativa dois sonetos de Camões, através de várias expressões artísticas: interpretação textual, dramatizações, movimento corporal, música e dança.
Na sessão marcou presença Ricardo Rio que considerou “muito gratificante” ver a maneira como as diferentes instituições aderiram a esta iniciativa e mobilizaram as crianças e os jovens. “É impossível não destacar o envolvimento directo das escolas”, realçou o presidente da Câmara de Braga, em declarações à imprensa, acrescentando que “é fundamental levar Camões a todas as gerações e sobretudo aos mais novos”.
“Camões é importante não apenas do ponto de vista literário e do ponto de vista cultural, mas também enquanto imagem daquilo que é a identidade e a história do nosso Portugal”, disse.
09 Maio 2025
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