Braga, quinta-feira

Casa da Memória de Guimarães celebra a liberdade e o seu 9º aniversário a 25 de abril com programa para toda a família

Regional

15 Abril 2025

Redação

No dia 25 de abril de 2025, sexta-feira, a Casa da Memória de Guimarães abre as portas para a celebração do seu 9º aniversário com um grande plano para toda a família.

De manhã à noite, haverá um programa para todas as idades e de participação gratuita em vários recantos da Casa. De visitas orientadas a oficinas de serigrafia e de música, de leituras em voz alta a bailes e espetáculos de teatro e música com língua gestual portuguesa dirigidos a bebés e crianças, de jogos lúdicos desafiantes para toda a família a petiscos deliciosos, o dia encerrará em festa com o ritmo contagiante dos Galandum Galundaina. Vamos, juntos, celebrar abril, a liberdade e a arte, rodeados de partilha e descoberta num espaço onde todos somos bem-vindos.

Com várias atividades a ganhar vida na Casa da Memória a partir das 10h00, são várias as ações que neste dia se estendem até ao final da tarde. Assim ao longo do dia, somos convidados a entrar na Oficina de Serigrafia que será montada na Casa da Memória (10h00-18h00 na Sala Pátria). Em "Coleciona, Recorta, Imprime!", cada participante poderá fazer e levar uma impressão, escolhendo um de vários desenhos disponibilizados pelos artistas que dinamizarão a oficina. Basta levar uma t-shirt, um tote bag ou outro tecido para usar uma impressão própria em qualquer ocasião.

Ao longo do dia teremos igualmente a oportunidade de participar em jogos livres dirigidos a toda a família no espaço exterior da Casa, estendendo-se à Praça Heróis da Fundação, contígua à CDMG. Os Jogos do Hélder (10h00-18h15) são desafios lúdicos em forma de jogo para todas as idades, desafiando a todos a brincar, dos mais novos aos mais velhos, porque brincar não tem idade. Contaremos com jogos que criam pontes intergeracionais e culturais, através de propostas simples e intuitivas que reforçam laços de pertença e de comunidade.

Já na Nave do Território, teremos um lugar seguro para ler alto (o quão alto se quiser), "Ler como quem Resiste" (10h00-18h15), num espaço que contará com cadeiras, livros e um microfone. Com coragem, poderemos ler textos de autores publicados, excertos de peças de teatro, artigos censurados ou simplesmente poemas que tenhamos guardados na gaveta. Nestes tempos de nuvens carregadas, em que a censura, a injustiça e a mentira grassam por latitudes pouco democráticas, eleva-se a importância de juntar as vozes para que o conceito de comunidade se erga em nome da liberdade. 

Neste mesmo espaço da Casa que quer ser um lugar onde todos são ouvidos, onde cada pensamento conta, onde cada opinião tem as suas próprias asas, encontraremos uma mesa de voto inconvencional onde os visitantes (um de cada vez) poderão depositar a sua opinião sobre a Casa da Memória de Guimarães. Anónima ou assinada, não haverá julgamento, mas ao contrário do voto, em "De Voto" (10h00-18h15) não se promete guardar segredo.

Entre as atividades com horários marcados, em que a participação (limitada à lotação disponível) carecerá de levantamento de bilhete durante a meia hora anterior ao início das mesmas, encontraremos oficinas, espetáculos, e visitas orientadas.

A Oficina de expressão musical e construção de instrumentos com objetos comuns "Sol e Dó", será orientada por Alexandre Sobral, às 11h30 e às 14h00 no Repositório. Como é sabido, há milénios que a música é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento e transformação de comunidades e povos, ajudando a criar memórias, a passar mensagens e histórias, a fortalecer laços através de sons e melodias capazes de unir gerações. Nesta oficina vamos explorar o pensamento musical (será que o nosso pensamento é musical?) através de jogos criativos de ritmo e de som e vamos construir instrumentos com objetos comuns.

Às 11h00, 15h00 e 17h30, na Nave da Comunidade, "PaPI Opus 10", um espetáculo musical para bebés e crianças até 5 anos e famílias (com língua gestual portuguesa), concebido e produzido pela Companhia de Música Teatral (A partir d'A Liberdade a Passar Por Aqui) e interpretado por Mariana Caldeira Pinto, irá festejar a liberdade e a força vital que cada ser humano tem dentro de si: para desobedecer quando é preciso dizer não, para criar quando é preciso florescer e trazer beleza à Vida. 

Este programa especialmente concebido para a comemoração do 9º aniversário da Casa da Memória não podia deixar de integrar diversas visitas orientadas especiais que ajudam a compreender melhor a sua exposição, que se prolonga pela Nave da Comunidade e pela Nave do Território. Os visitantes serão convidados a percorrer a Casa da Memória com um mediador que desvendará histórias e curiosidades escondidas sobre liberdade. Haverá visitas a sair à hora marcada (12h00 e 16h00), mas também momentos espontâneos de visita conforme a afluência dos públicos.

Com o avançar da tarde, somos todos convidados a Bailar em Casa às 16h00, no Repositório. O mote é lançado por Suzana Ruano: braços no ar, que o baile veio para ficar! Nesta oficina, inspirada nos ritmos e melodias reinventadas pelos Galandum Galundaina e viajando por mais latitudes da música tradicional portuguesa, seremos todos convidamos a entrar na dança, com os pés bem assentes na tradição e o corpo livre para reinterpretar, transformando o espaço e o momento num lugar de encontro, de festa e de liberdade.

O Pátio da Casa da Memória aguarda-nos às 18h30 para nos reunirmos todos em festa contagiados pela música dos Galandum Galundaina. Em palco, os quatro elementos (Paulo Preto, Alexandre Meirinhos, Paulo Meirinhos, João Pratas) apresentam um repertório vocal e instrumental na herança do cancioneiro tradicional das Terras de Miranda, onde as harmonias vocais e o ritmo das percussões nos transportam para um universo atemporal. Das memórias da Sanfona, da Gaita-de-foles Mirandesa, da Flauta pastoril, do Rabel, do Saltério, do Cântaro, do Pandeiro mirandês, do Bombo e da Caixa de Guerra do avô Ventura, nasce uma música que acumula referências, lugares, intensidades e tempos. Fazendo parte da genealogia de uma região com um património musical e etnográfico único, que durante muito tempo ficou esquecido, para Galandum Galundaina a música não se inventa, reencontra-se. Ao longo dos últimos 25 anos o grupo contribuiu para o estudo, preservação e divulgação da identidade cultural das Terras de Miranda, Nordeste Transmontano. 

E como bem sabemos que dançar, criar, desenhar, ler e pensar são coisas de abrir o apetite, todo este dia será acompanhado de Comes e Bebes que poderão ser encontrados na Cozinha da Casa, que neste 9º aniversário convidou a chef Polyanna Marinho a elaborar uma ementa de petiscos deliciosos sob o mote Pão, Cravos e Liberdade.
 
O acesso a todas as atividades do programa deste dia 25 de abril na CDMG é gratuito, até ao limite da lotação disponível, e a informação completa encontra-se disponível online em www.aoficina.pt e em www.casadamemoria.pt.

Inaugurada a 25 de abril de 2016, a Casa da Memória é um centro de interpretação e conhecimento que interpreta e comunica testemunhos materiais e imateriais e que através da sua exposição permanente (e de diversos projetos e ações que promove regularmente em contacto com variados públicos e espaços que a envolvem) contribui para um melhor conhecimento da cultura, território e história de Guimarães, das pessoas de diferentes origens e mentalidades que a fizeram e fazem, trabalhando com e para a comunidade, especialistas e agentes locais e de todas as proveniências, com vista ao desenvolvimento de uma cidadania ativa e participativa. 

A Casa da Memória é também um lugar de encontro da comunidade com o exterior e da comunidade consigo própria, propondo uma visão múltipla, diversa e não linear do passado, presente e futuro de Guimarães, aqui e no mundo, orientando-se pelos valores da aprendizagem, conhecimento, pertença, tolerância e diversidade.

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