21 Setembro 2019
Ambientalistas ouvidos pela Lusa manifestam expectativas elevadas para a Cimeira da Ação Climática de segunda-feira, defendendo mais dinheiro e ações mais duras para levar os países a cumprirem os seus compromissos de combate às alterações climáticas.
Francisco Ferreira, da associação Zero, afirmou que Portugal devia dar o exemplo e aumentar a sua contribuição prometida de 2,68 milhões de dólares (2,42 milhões de euros) anualmente a partir de 2020 para o Fundo Climático Verde, que no papel vale 100 mil milhões de dólares por ano garantidos pelos signatários do Acordo de Paris.
O compromisso de Portugal é de cerca de "25 cêntimos por cada cidadão português, muito pouco" para o que se pretende com o Fundo Climático Verde, que é "financiar os países em desenvolvimento para transformarem as suas economias e lidarem com os prejuízos das alterações climáticas".
"Pedimos que todos os países dupliquem o seu valor e, no caso de Portugal, que se contribua pelo menos um euro por cada pessoa", disse Francisco Ferreira, notando que o compromisso de Portugal o coloca no "31.º lugar na lista dos países contribuintes".
Metade do valor poderá vir do Estado e a outra metade de entidades privadas, indicou.
"Portugal deve ser ambicioso nas suas políticas climáticas", disse Francisco Ferreira em relação à meta de atingir neutralidade carbónica em 2050, mas "fora do discurso" continuam questões preocupantes: "A expansão enorme do tráfego aéreo, a expansão da agricultura intensiva, os fogos florestais" e a laboração das duas centrais elétricas a carvão.
O presidente da Quercus, Paulo do Carmo, disse à agência Lusa que da cimeira de Nova Iorque devia sair "uma decisão unânime da ONU para alterar a política de desenvolvimento económico e social", sugerindo, por exemplo, que os países que não cumpram os seus compromissos ambientais sejam castigados com sanções.
"As coisas estão a acelerar de uma forma intensa e esta é uma preocupação mundial", disse, acrescentando que é preciso "ir mais além" do Acordo de Paris, cujos compromissos "países como os Estados Unidos e a Rússia não têm cumprido".
Para conseguir reduzir as emissões, é preciso "pensar para além da questão económica" e tomar decisões como "abolir subsídios à aquisição de combustíveis fósseis" e ponderar sanções contra os países que estejam a agravar as alterações climáticas sem tomar medidas para controlar as suas emissões de dióxido de carbono e outros gases que provocam efeito de estufa.
"Quando se violam os direitos humanos, há sanções dos países uns aos outros. Aqui, trata-se do futuro da humanidade, porque é que não se condena isso?", questionou.
Paulo do Carmo afirmou também que a ONU, que já tem um Conselho de Segurança onde se debatem atos de agressão de países uns contra os outros, deve ter também um "Conselho Ambiental".
"O ambiente é uma das maiores preocupações do planeta, é neste momento mais prioritário do que a hipótese de haver uma guerra, nas preocupações das pessoas", argumentou.
A Quercus espera assim, "tal como o mundo, que não se desperdice esta oportunidade", declarou Paulo do Carmo.
Francisco Ferreira salientou que "não há tempo a perder" e que o aumento da temperatura global tem que ser limitado a, no mínimo, 1,5 graus em comparação com a era pré-industrial.
A Cimeira de Ação Climática foi convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, aproveitando a realização da Assembleia Geral da organização.
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