12 Janeiro 2023
A Iniciativa Liberal manifestou hoje abertura para trabalhar na especialidade a proposta sobre limites às contraordenações pela falta de pagamento de portagens, tema no qual o BE também apresenta iniciativas, mas a que o PS não se referiu diretamente.
A Assembleia da República debateu hoje, na sequência de um agendamento da Iniciativa Liberal, 26 projetos de lei, a maioria apresentados pelo próprio partido, que, para “descomplicar a vida das pessoas”. Para este debate, que durou pouco mais de uma hora, foram arrastados também diplomas do Chega, BE, PAN e Livre.
O número de projetos e a variedade dos temas motivou várias críticas por parte da maioria dos partidos, que acusaram os liberais de não tratar os assuntos de “forma séria”, de apresentarem "uma manta de retalhos" e não quererem responder “às preocupações” dos portugueses, preferindo debater "o acessório e não o principal".
"Descomplicar, foi isso que viemos propor hoje", defendeu o deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL.
Um dos temas abordados prende-se com as portagens, sendo que a IL propõe limitar a contraordenação em caso de não pagamento ao “triplo do valor original” e o BE quer acabar com a “situação incompreensível de o Estado se colocar como o cobrador de empresas privadas”, mas ambos os partidos propõem uma amnistia para contribuintes com processos em curso.
O deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, considerou que "os custos administrativos por atrasos no pagamento de portagens" têm "um efeito devastador na vida das pessoas", que podem ficar "com a vida arruinada".
"Vocês ridicularizaram esta discussão, mas há pessoas que estão à espera de saber como iremos votar amanhã", afirmou o liberal, defendendo que os deputados têm "o dever moral de enviar uma mensagem a estas pessoas" de que se preocupam com "este problema" e estão "disponíveis para o resolver em conjunto".
E deixou o desafio: "Espero que estas pessoas possam contar com todos amanhã na votação para iniciarmos o processo de resolução deste problema. Se passar, podem contar com toda a nossa abertura e flexibilidade para melhorar o que considerem importante melhorar em especialidade".
O PSD disse estar de acordo com "a questão de fundo", mas criticou uma "amnistia geral ao molho pelo incumprimento do pagamento das taxas de portagens".
Apontando que "o BE é contra o pagamento puro e duro, sem mais, de todas as portagens", o deputado Artur Soveral de Andrade salientou que "o PSD entende que as portagens são necessárias e úteis, o que é preciso é haver discriminações positivas quando elas se justificam".
Sem se referir diretamente à matéria das portagens, a deputada socialista Fátima Correia Pinto salientou que um dos "princípios orientadores" do PS centra-se "na proteção e defesa dos consumidores" e defendeu que a posição do partido em matérias de contraordenações "será pautada pelos princípios fundantes da atividade jurídico-administrativa de cariz económico, em busca de um equilíbrio virtuoso".
Depois, o deputado socialista Carlos Brás criticou os diplomas da IL, considerando que, a "a ser aprovados, ditariam a desarticulação do Estado e deixá-lo-iam completamente depauperado de recursos e desorganizado quanto ao funcionamento".
A deputada Rita Matias, do Chega, considerou que "o Estado está sempre mão estendida para extorquir o contribuinte" e "complica a vida do cidadão com burocracia", e questionou "porque é que as Finanças estão a desperdiçar os seus recursos humanos e materiais para cobrar multas de privados".
Pelo BE, a deputada Mariana Mortágua considerou que a lei é "injusta, violenta e desproporcional" e apontou que o seu partido vai "mais longe" em relação à proposta da IL, apelando aos restantes partidos que aprovem os seus projetos de lei.
O deputado Bruno Dias, do PCP, salientou que os comunistas são “frontalmente contra a decisão de colocar a Autoridade Tributária e Aduaneira a agir como cobrador em nome das concessionárias privadas” e sustentou que esta questão “faz num inferno a vida das populações confrontadas com a injustiça inaceitável que foi a imposição de portagens nas antigas SCUT”.
Inês de Sousa Real (PAN) também se mostrou “inteiramente disponível” para trabalhar na especialidade as suas iniciativas e o deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu que "simplificar a vida das pessoas" significa "estar do lado das pessoas nas ocasiões em que surgem exigências inúteis ou formas de cobrar dinheiro a mais às pessoas do que elas precisariam de pagar".
05 Fevereiro 2023
04 Fevereiro 2023
Fisco vai avaliar e atualizar matrizes das barragens para cobrar IMI
04 Fevereiro 2023
Câmara de Braga transfere 250 mil euros para obras nas freguesias
02 Fevereiro 2023
Governo aprova aumento da margem de endividamento de municípios para projetos não confinanciados
25 Janeiro 2023
Produção de eletricidade da EDP Renováveis aumentou 10% em 2022
Deixa o teu comentário