Braga, terça-feira

Lançamento coloca Famalicão no radar da indústria aeroespacial

Regional

10 Maio 2025

Libânia Pereira Libânia Pereira

Um minifoguete experimental foi lançado no Parque da Devesa, em Famalicão. O momento foi acompanhado por Mário Passos, para quem a iniciativa vem colocar Famalicão no radar aeroespacial.

O Dia da Europa ficou marcado pelo lançamento de um minifoguete experimental no Parque da Devesa, em Famalicão, um projecto desenvolvido pela Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), em parceria com a Escola Profissional CIOR. Mário Passos, presidente do Município de Famalicão, acompanhou o momento de perto, notando que “esta iniciativa é também uma forma de colocar Famalicão no radar da indústria criativa e aeroespacial”.


O lançamento ganhou um simbolismo especial por acontecer em pleno Dia da Europa. O autarca famalicense sublinhou que a Europa “tem tido um contributo decisivo para a investigação, desenvolvimento e inovação. Em Famalicão temos um ecossistema de inovação, investigação, desenvolvimento e empreendedorismo que se vem consolidando, robustecendo e tornando-se cada vez mais sofisticado, de forma a alimentar o nosso modelo de desenvolvimento económico no concelho, que é uma das grandes locomotivas de Portugal”.
 

Para Mário Passos, esta iniciativa é também “uma forma de colocar Famalicão no radar da indústria criativa e aeroespacial. Estamos a desenvolver esforços nesse sentido, de forma a que a nossa indústria seja cada vez mais diversificada e com valor acrescentado. Aqui está um bom exemplo disso mesmo”.


O trabalho conjunto levado a cabo por universidades, centros tecnológicos, escolas profissionais e o município é encarado como uma mais-valia, contribuindo para a formação de “um ecossistema de investigação, desenvolvimento e inovação, que está a trazer frutos”.
 

Aposta na tecnologia pode levar Portugal a afirmar-se na Europa
 

“Um momento de enorme importância”, que surgiu com o intuito de “induzir nos nossos jovens o gosto por áreas da ciência e tecnologias, as quais são ainda muito preteridas no acesso ao ensino superior”, considerou o professor Joaquim Carneiro, do Departamento de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM). O docente, que coordenou, juntamente com o investigador Iran Rocha Segundo, o projecto de lançamento do minifoguete experimental, defendeu ainda que é através destas áreas “que Portugal se pode afirmar com os seus congéneres europeus”.


“A nossa competitividade está na capacidade de reter talento e de conseguir, através da ciência, produzir sistemas que não estão compaginados com aquilo que é denominado de economia tradicional, onde predominam os baixos salários, como no têxtil e no calçado. Tem de haver um factor de diferenciação que é a tecnologia”, afirmou Joaquim Carneiro.
 

A implementação desta iniciativa surge numa fase de crescente investimento europeu ao nível da investigação e tecnologia espacial, com aplicações que vão desde a colocação de satélites em órbita até à defesa e soberania nacional.


Envolvido no projecto esteve também José Cardoso, do curso técnico de Electrónica, Automação e Comando da Escola Profissional CIOR. “A ideia de criar um foguete surgiu em 2023, fui trabalhando nesse projecto e construí um primeiro protótipo. Este ano resolvi refazê-lo e foi nessa altura que conheci o investigador Iran Rocha Segundo, a partir daí integrei este projecto. O objectivo é agora transformar o foguete numa réplica do Falcon 9”, revelou.

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