Braga, quinta-feira

Líder da Guarda Revolucionária do Irão ameaça "incendiar" lugares ligados aos EUA

Internacional

07 Janeiro 2020

Lusa

O líder da Guarda Revolucionária do Irão, Hossein Salami, ameaçou hoje incendiar lugares próximos dos Estados Unidos, provocando gritos de Morte a Israel! entre uma multidão de apoiantes.

Salami fez a promessa diante de milhares de pessoas reunidas numa praça central de Kerman, cidade natal do general iraniano Qassem Soleimani, morto na sexta-feira durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque.
 

Hossein Salami elogiou as façanhas do general Soleimani e disse que, como mártir, representava uma ameaça ainda maior aos inimigos do Irão.
 

“Vamos vingar-nos. Vamos incendiar os locais que (os Estados Unidos) apreciam”, disse o líder da Guarda Revolucionária do Irão, provocando os gritos de “Morte a Israel!” entre a multidão.
 

O seu discurso refletiu as exigências das principais autoridades iranianas – como do líder supremo ayatollah Ali Khamenei - e também de apoiantes por toda a República Islâmica, que exigem retaliação contra os Estados Unidos pela morte de Soleimani.
 

Os habitantes de Kerman afluíram hoje em massa ao centro da cidade iraniana, onde vai ser enterrado o general Qassem Soleimani.
 

Dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos, aumentando drasticamente as tensões no Médio Oriente.
 

Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdade.
 

O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei.
 

Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
 

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.
 

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
 

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
 

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

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