Braga, quinta-feira

Ponte da Barca exige abertura parcial da fronteira com Espanha

Regional

02 Fevereiro 2021

Lusa

A Câmara de Ponte da Barca exigiu ao Governo a abertura parcial da fronteira da Madalena, no Lindoso, encerrada desde domingo, por ser "única porta de entrada" do Alto Minho à província de Ourense, na Galiza.

"Não podemos aceitar esta situação por não ser justa. Não estamos a reivindicar a abertura da fronteira da Madalena por ser mais confortável, mas por ser uma necessidade importantíssima por falta de alternativa", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, Augusto Marinho.
 

Na sexta-feira, o Ministério da Administração Interna (MAI) explicou que há oito pontos de passagem permanentes (24 horas por dia), cinco pontos de passagem autorizados nos dias úteis das 07:00 às 09:00 e das 18:00 às 20:00, e um ponto de passagem autorizado (Rio de Onor) às quartas-feiras e aos sábados das 10:00 às 12:00.
 

Os oitos pontos permanentes são em Valença, Vila Verde da Raia, Quintanilha, Vilar Formoso, Marvão, Caia, Vila Verde e Castro Marim.
 

Os cinco pontos de passagem nos dias úteis (entre as 07:00 e as 09:00 e entre as 18:00 e as 20:00) são Monção, Miranda do Douro, Termas de Monfortinho, Mourão e Barrancos.
 

Augusto Marinho referiu que "além dos trabalhadores transfronteiriços", a fronteira da Madalena regista "uma utilização bastante intensa de transporte de mercadorias".
 

"Este encerramento tem impactos económicos muito elevados nas empresas, quer estejam instaladas no concelho, quer no distrito ou mesmo no país", reforçou o social democrata.
 

"A única alternativa possível para aqueles que pretendem entrar ou sair do país através da fronteira da Madalena implica cum percurso muito longo que, ou inviabiliza a travessia ou acarreta custos elevados. É necessário percorrer mais de 80 quilómetros, em território nacional, ou 160 quilómetros por vias espanholas para o mesmo destino", especificou.
 

Na carta que enviou, na segunda-feira, ao ministro da Administração Interna, o autarca defendeu a criação de um ponto de passagem parcial, tal como o que está em vigor na fronteira entre Monção e Salvaterra do Miño.
 

Aquele ponto de passagem funciona nos dias úteis (entre as 07:00 e as 09:00 e entre as 18:00 e as 20:00).
 

"No mínimo esta fronteira tem de ter uma abertura parcial, como acontece em Monção. Agora este bloqueio absoluto da Fronteira da Madalena prejudica gravemente os muitos trabalhares transfronteiriços que utilizam esta ligação, assim como penaliza fortemente todos os meios de transporte de mercadorias", reforçou.
 

No distrito de Viana do Castelo, o único ponto de atravessamento permanente faz-se através da ponte nova entre Valença e Tui.
 

"O que pedimos ao senhor ministro da Administração Interna, é uma abertura adequada aos movimentos que se operam nesta fronteira. Um período da parte da manhã e outro de tarde. Bem sei que pode ter custos em termos de afetação de elementos da GNR, mas em primeiro lugar estão as pessoas", disse.
 

Em março de 2020, durante o primeiro confinamento geral, com a reposição do controlo de fronteiras entre Portugal e Espanha, o único ponto de passagem autorizado para trabalhadores transfronteiriços e transporte de mercadorias, era a ponte nova, uma das duas que ligam Valença e Tui.
 

Após vários protestos dos autarcas dos dois lados do rio Minho, Portugal e Espanha acordaram a abertura das pontes que ligam o concelho de Melgaço a Arbo, Monção a Salvaterra do Miño, e Vila Nova de Cerveira a Tomiño, o que não aconteceu com a fronteira da Madalena, que reabriu a 01 de julho.
 

Caminha é o único concelho do Alto Minho sem ponte de ligação à La Guardia, na Galiza. A travessia do rio Minho é assegurada pelo ?ferryboat' Santa Rita de Cássia, que também se encontra parado.
 

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
 

Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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