Braga, quinta-feira

Trabalhadores da administração local partem em protesto em direção à AR

Nacional

23 Outubro 2020

Lusa

Algumas centenas de trabalhadores da administração local partiram pelas 10:45 de hoje da Avenida Braamcamp, em Lisboa, em direção à Assembleia da República para reivindicar a atualização salarial e a aplicação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco.

Os trabalhadores são oriundos de diferentes zonas do país, como Coimbra, Aveiro, Beja Setúbal, Braga, Porto e Lisboa, e iniciaram o percurso segurando cordas em três filas para manterem o distanciamento social, devido à pandemia de covid-19.
 

Durante a marcha, os manifestantes têm gritado palavras de ordem como “o risco é diário e o suplemento é necessário”, “basta de engonhar, o suplemento é para aplicar”, “o trabalho é um direito, sem ele nada feito” e “Governo escuta, os trabalhadores estão em luta”.
 

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) está a realizar hoje uma marcha em Lisboa para dizer ao Governo que a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021 é “uma mão cheia de coisa nenhuma” quanto às reivindicações do setor.
 

“O Governo não dá resposta a nenhuma das reivindicações e queríamos sobretudo dar destaque também ao prosseguimento da luta sobre a regulamentação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco”, disse anteriormente à Lusa o presidente do STAL, José Correia.
 

De acordo com o sindicalista, ao colocar estes suplementos na proposta de OE2021, o Governo “está a fingir que está recetivo à aplicação deste suplemento”, destinado a quem exerce profissões com certo nível de penosidade e de risco, previstos numa lei da Assembleia da República com 22 anos e que nunca foi cumprida.
 

“Cria a ilusão de que cria condições para regulamentar desta vez, mas a proposta que lá está é um recuo muito grande em relação à lei que já está publicada, porque o Governo restringe o universo de trabalhadores, restringe o universo de atividades a englobar e cria a ilusão de que, durante o primeiro semestre, ainda é possível, através de uma negociação, aplicar os suplementos”, acrescentou.
 

José Correia destacou que a proposta “não só não dá garantias como era absolutamente desnecessária”, sendo “apenas uma maquilhagem política, porque o que está agora no Orçamento do Estado já está na lei”.

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